Quarteto de Alexandria. Justine, Balthazar, Mountolive, Clea. Não direi que não há defeitos nos livros, certamente há, além daqueles que Jan Morris levanta (excelente artigo no The Guardian, sobre reler Lawrence Durrell). Eu diria que há o orientalismo, mas também há o encantamento. Aceitemos que há defeitos, mas fiquemos com o encantamento. Ah, mas não pode. Pode sim, eu e minhas raízes orientais consideramos que é uma obra de ficção de seu tempo, e que continua encantando.
Descrições da cidade, da paisagem, Geralmente não leio, pulo descrições em livros, o máximo que der. Mas as de Durrell eu sorvo, elas encantam, inebriam. Outros autores que têm descrições belas e precisas: Luandino Vieira, Selma Lagerlöf. Para minha sensibilidade, que geralmente detesta descrições, esses são manjares.
Engraçada foi Agatha Christie, que em vez de descrever um local exótico em que se passa a história de um de seus livros, mandou o leitor ir procurar a respeito, em guias de viagem e jornais - na internet, se fosse hoje. Que não ia perder tempo descrevendo algo que é tão fácil de descobrir com uma breve pesquisa.
Nesse caso, gostei, pois boas descrições são raras.
...
Mas voltemos às listas. Comecei a fazer listas de livros a ler. Certamente não lerei todos. Primeiro, porque sempre há obstáculos de acesso. Não estão todos nas bibliotecas próximas ou acessíveis, não posso comprar todos, e se comprasse todos, não leria todos em um ano.
Mas eis alguns na mira para 2023.
Lista mínima dos 12 livros. Uma ideia. Para tentar ter uma cesta de leituras variadas, a ideia é selecionar pelo menos um livro por categoria, sem limites se quiser ler mais ou todos, ou fora da lista. A lista é uma referência, plano de voo.
1. Um livro de ficção de autora brasileira contemporânea.
Pensei em: Patricia Melo, Menos que um. --- Andréa del Fuego, Os Malaquias. --- Carol Bensimon, Todos nós adorávamos caubóis.
2. Um livro de ficção de autor brasileiro contemporâneo.
Pensei em: Evandro Affonso Ferreira, Grogotó!
3 e 4. Um livro de autora brasileira antiga e seu irmão estrangeiro.
A sucessora, de Carolina Nabuco. Pois dizem que tem semelhanças com Rebecca, de Daphne du Meurier. Então, já ficam os dois para a lista.
5. Um livro de autor que ganhou o Prêmio Nobel.
Mo Yan. As rãs.
E algum da Olga Tokarczuk.
6. Um livro de autor japonês.
Yoko Ogawa, A polícia da memória.
Kawabata, Mil tsurus.
Kenzaburo Oe. (livro a escolher).
7. Uma graphic novel (quadrinhos).
Escuta, formosa Márcia. De Marcello Quintanilha.
Pachinko. De Min Jin Lee
8. Um livro sobre política.
Crítica do fascismo. Alysson Mascaro.
Renato Janine Ribeiro. Maquiavel, a Democracia e o Brasil.
Marcos Nobre. Democracia.
Jessé Souza. (vários).
Gherman. O judeu não judeu.
9. Uma autora africana.
Paulina Chiziane.
10. Poesia estrangeira.
Wislawa Szymborska.
Tomas Tranströmer.
11. Grécia.
Grécia revisitada. Frederico Lourenço. Editora Carambaia.
Francis Wolff. Pensar com os antigos.
Antígona. (reler, reler, reler). Edição bilingue da editora Mnema. (Já tenho).
12. Coleção "um dia eu leio".
Este já encomendei: Maus, de Art Spiegelman. Porque achei um absurdo a censura que fizeram em escola americana.
12 - b. Miscelânea.
Silvia Frederici. Reencantando o mundo.
Julia Cameron. The artist's way.
Frank Kermode. Prazer e mudança.
Andrea Giunta. Contra o cânone.
...
Farei outra lista para os livros em inglês, outra para poesia, outra para filosofia e teorias, outra para livros que comecei e não terminei, sites e canais do Youtube, etc. etc. E assim por diante. Enquanto eles brigam, eu faço listas, escrevo e leio.
E. S.
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